segunda-feira, 6 de março de 2017

 

 

É piada ou é deboche?


Muita gente já discutiu, escreveu-se a exaustão, entrevistas e vídeos "abundam" nas redes sociais, todas versando sobre o odor insuportável que não cessa e paira no ar após a Lava Jato ter destampado as comportas da rede de esgoto da política brasileira.

Muito burburinho com a corrupção sistêmica desfraldada, com alguns figurões da política, ora sem foro privilegiado, lobistas, donos de empreiteira e seus asseclas, presos, entretanto ainda se tem uma quantidade enorme de nobres parlamentares, com seus colarinhos brancos, gravatas italianas com nó Windsor e sorriso de canto de boca, denunciados até a alma por rapinagem graúda, fazendo pouco da justiça, zombando e desafiando a lei, com o famoso “a mim ninguém pega”. É a esculhambação nacional elevada a potencia do ridículo.

Desculpe-me presidente Temer. Até pensei que dava pra ter um fiapo de esperança em vossa senhoria no pós-Dilma, mas, infelizmente, tu és parte daquele ditado antigo: “diz-me com quem andas que direi quem és”.

Cacete! Vossa senhoria não se toca ?! Quantos homens de sua confiança já foram pegos com a mão na massa? Massa podre, é claro. Tinha agora que indicar o tal Romero Jucá para líder do governo no Senado, um dos últimos dos moicanos da sua tribo?! Um senador pela longínqua e pujante Roraima com pele de salamandra, sempre moldado a cor de quem está no poder. Já foi de tudo um pouco desde a ditadura militar, atravessando garboso os governos Figueiredo, Sarney, Itamar, FHC, Lula, Dilma e agora no seu – sempre deliciando-se com o poder na base do malandro do bom papo e da mão leve. Jucá , caro presidente, é o “Caju” para Claudio Melo Filho, o ex-lobista da Odebrecht que o cita 105 vezes na sua delação. Em 82 páginas, Melo Filho conta quantas e quais vezes Jucá trabalhou para aprovar medidas provisórias de interesse da empreiteira e cobrou por isso em moeda sonante.Mas não vem ao caso, não é mesmo?

O Jucá , seu líder, caro presidente, é o mesmo que soltou a pérola dias atrás, ante o risco de se restringir o foro de políticos somente para crimes cometidos no exercício do mandato eletivo: “Se acabar o foro, é para todo mundo. Suruba é suruba. Aí é todo mundo na suruba, não uma suruba selecionada”.Impressionante!
Agora se entende presidente porque ao nomear Jucá seu líder de governo, a pesquisa aponta seu total descrédito junto ao povo. Porque faz Lula, o eterno inocente, aparecer bem nas pesquisas para 2018.

Pode? Não o incomoda relevar denúncias contra políticos do seu PMDB na Lava Jato ou qualquer outra investigação, apesar da enorme quantidade de provas produzidas? Elas não constituem constrangimento, nem mesmo um desconforto a vossa senhoria? Uma pena, pois sua postura acadêmica até que impressiona.Não tanto quanto de sua esposa, mas impressiona.

Após analisar o ridículo discurso do seu senador dia desses no plenário do Senado, quando afirmou: "Está parecendo que estamos vivendo o período da inquisição, ou a Revolução Francesa. Estão querendo pregar em todos nós a estrela de Israel no peito, como os nazistas pregaram nos judeus que viviam na Alemanha. No passado, a turba fazia linchamentos, hoje quem tenta fazer é a imprensa e setores da sociedade", aí bem colocou ironicamente o âncora Boechat da Band News: "Seu caso, senador, não é de perseguição não. É ladroagem mesmo. E praticada num quarto escuro de uma tresloucada suruba!"

Gosto de acreditar nas pessoas, mas debochar da nossa cara não, presidente. O Brasil não merece. Já deu!

 

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário